A transformação digital no setor público não é um projeto de tecnologia, mas um projeto de gestão e cultura organizacional. Nesse cenário, o papel do gestor público evolui de um administrador de processos burocráticos para um líder de inovação e mudança. Na era da Sociedade 5.0, onde a tecnologia permeia todas as esferas da vida, o gestor deve possuir uma visão sistêmica, capaz de integrar pessoas, processos e tecnologias para gerar valor público.
A liderança na era digital exige novas competências. Além do conhecimento técnico sobre as ferramentas de gestão, é necessário desenvolver habilidades como pensamento crítico, adaptabilidade, inteligência emocional e capacidade de colaboração. O gestor deve ser um facilitador da inovação, criando ambientes onde a experimentação é encorajada e o erro é visto como parte do processo de aprendizado (fail fast, learn faster).
Um dos principais desafios para a liderança pública é promover o engajamento dos stakeholders. A governança colaborativa pressupõe a participação ativa de cidadãos, empresas, academia e outros órgãos de governo na formulação e implementação de políticas públicas. O uso de plataformas de participação social e a prática de design thinking para a co-criação de serviços são estratégias fundamentais para aproximar o governo da sociedade.
A gestão baseada em evidências é outro imperativo. O gestor moderno deve saber utilizar dados e indicadores de desempenho para monitorar a eficácia das ações governamentais e tomar decisões fundamentadas. Isso requer a superação da cultura do "achismo" e a adoção de uma cultura analítica, onde a informação é utilizada para corrigir rumos e otimizar recursos.
A capacitação contínua das equipes é vital. A obsolescência do conhecimento é rápida na era digital, e o setor público deve investir na formação permanente de seus servidores. Cursos sobre frameworks de governança (como COBIT e ITIL), gestão do conhecimento, inovação e transformação digital são essenciais para manter a força de trabalho preparada para os desafios atuais e futuros.
Por fim, o gestor público na Sociedade 5.0 deve ser um agente de inclusão. A tecnologia deve ser utilizada para reduzir desigualdades e ampliar o acesso aos serviços públicos, garantindo que ninguém seja deixado para trás na revolução digital. A liderança ética e humanizada é o diferencial que permitirá construir um futuro em que a tecnologia seja verdadeiramente um instrumento de cidadania e desenvolvimento social.
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